
A jornalista Tatiana Schlossberg, filha de Caroline Kennedy, contou que descobriu uma mutação rara de leucemia logo após o parto e enfrenta um prognóstico severo. No relato emocionante, ela descreve o impacto da doença na família Kennedy e nos filhos pequenos.
Ajornalista Tatiana Schlossberg, neta do ex-presidente norte-americano John F. Kennedy, revelou que foi diagnosticada com câncer terminal e que tem menos de um ano de vida.
Em um artigo publicado na revista The New Yorker, a filha de 35 anos de Caroline Kennedy e do artista Edwin Schlossberg contou que recebeu o diagnóstico de leucemia mieloide aguda (LMA) com uma mutação rara chamada Inversão 3, uma anomalia genética presente em menos de 2% dos casos de LMA.
Tatiana explicou que descobriu a doença após dar à luz sua filha, quando seu médico identificou uma alteração expressiva na contagem de glóbulos brancos.
“Algumas horas depois, meu médico percebeu que meu hemograma estava estranho. Uma contagem normal de glóbulos brancos é de cerca de quatro a onze mil células por microlitro. A minha estava em cento e trinta e uma mil células por microlitro”, escreveu.
Naquele momento, o médico alertou que “podia ser algo relacionado à gravidez e ao parto” ou “podia ser leucemia”, mas Tatiana inicialmente rejeitou a ideia. “Eu tinha um filho que amava mais do que tudo e um recém-nascido que precisava de cuidados”, afirmou.
A neta de John F. Kennedy, assassinado em Dallas, no Texas, há 62 anos, é casada com George Moran desde 2017. Eles têm dois filhos: um menino de três anos e uma menina de um ano.
Tatiana foi informada de que “não poderia ser curada por um tratamento padrão”.
“Eu não conseguia acreditar que estavam falando de mim”, disse. “No dia anterior eu tinha nadado uma milha na piscina, grávida de nove meses. Eu não estava doente. Eu não me sentia doente. Na verdade, eu era uma das pessoas mais saudáveis que conhecia.”
Ela passou cinco semanas internada no Hospital Columbia-Presbyterian, em Nova York, antes de ser transferida para o Memorial Sloan Kettering, onde recebeu um transplante de medula óssea.
No artigo, relatou que vivia esse período enquanto seu primo, Robert F. Kennedy Jr., era confirmado como secretário do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, depois de “ter concorrido à presidência como independente, mas principalmente como uma vergonha para mim e para o resto da minha família”.
Tatiana contou ainda que seus pais e irmãos, incluindo Jack Schlossberg que recentemente se candidatou ao Congresso dos Estados Unidos — têm ajudado a cuidar das crianças e permanecem ao seu lado “quase todos os dias durante o último ano e meio”.
“Eles seguraram minha mão com firmeza enquanto eu sofria, tentando não mostrar a própria dor e tristeza para me proteger delas. Isso tem sido um grande presente, mesmo que eu sinta a dor deles todos os dias”, escreveu, lamentando por ter acrescentado “uma nova tragédia” à história da família.
“Durante toda a minha vida tentei ser boa, uma boa aluna, uma boa irmã e uma boa filha, e proteger minha mãe, nunca a deixando preocupada ou irritada. Agora, acrescentei uma nova tragédia à vida dela, à vida da nossa família, e não há nada que eu possa fazer para impedir”, afirmou.
Ela se referia ao histórico de tragédias dos Kennedy, que inclui, além do assassinato do avô, o assassinato do tio-avô, o ex-procurador-geral Robert F. Kennedy, em 1968.