Conheci essa mistura no aniversário de um meio sobrinho — e viciei. Cheguei com minha esposa e a música estava tocando no YouTube. Bastaram pouco mais de 30 segundos para arrebatar minha atenção. Aquele meio minuto virou mais de 40 minutos… Assisti ao show inteiro, e a vontade era apertar o “repetir” sem pensar. Saí da casa da irmã da minha esposa já com o desejo de ouvir de novo, e assim que cheguei em casa fui direto para o computador: queria pesquisar, queria sentir outra vez aquele som. O álbum era DOMINGUINHOS, com João Gomes, Jota Pê e Mestrinho.
Hoje virou rotina. Aqui em casa, começamos o dia ouvindo esse álbum maravilhoso — essa mistura potente de estilos que deu tão certo. A prova disso está na premiação do Grammy, conquistada por esse trio que, em pouco mais de 41 minutos, arrebata qualquer um que se permita entrar nesse universo de canções belíssimas, que expõem e celebram um pouco da nossa cultura e do querido sertão nordestino.
Ouvir esse álbum é saborear o melhor do Nordeste através do seu maior símbolo musical: o choro da sanfona. As melodias, os arranjos e as variações que transitam entre a alegria e a tristeza do cotidiano remetem ao saudosismo de um passado sofrido, mas carregado de emoção e orgulho.
Ouvir esse álbum é uma dádiva — uma bênção para os nossos ouvidos e para o nosso coração. Digo sem pensar duas vezes: é o melhor trabalho musical coletivo que ouvi na última década. A boa música, quando cantada com amor, paixão e alma, ainda vive.
É só agradecer aos três.
Arnold Coelho
Gosto de boa música
