Setor supermercadista alerta governo sobre risco de perda de US$ 40,4 bilhões com tarifa de Trump



Foto: Valter Campanato/Agência Brasil


Da Redação

O Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento (FCNA), que reúne 15 entidades ligadas a redes de supermercados e setores da indústria e do agronegócio, enviou um relatório ao governo federal alertando para os impactos do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos ao Brasil. Segundo informações obtidas pela Folha de S.Paulo, o documento estima que, se não houver mudanças no médio prazo, a economia brasileira pode perder US$ 40,4 bilhões em 12 meses, o que representaria uma redução de 1,8 ponto percentual no PIB.
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Ainda de acordo com a Folha, o estudo aponta que o crescimento projetado para 2025, atualmente em 3,2%, cairia para 1,3%. O setor mais afetado seria a indústria de transformação, com possível retração de até 5,6 pontos percentuais no cenário mais severo. Já agropecuária e indústria extrativa sofreriam menos, por terem maior capacidade de redirecionar exportações para outros mercados.

O relatório, enviado na quinta-feira (8) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a oito ministros, também projeta queda de até 2% na arrecadação federal e impacto significativo no emprego. Sem medidas de estímulo ao mercado interno, o FCNA calcula a perda de 179 mil postos de trabalho em até seis meses após a entrada em vigor da tarifa, podendo chegar a 287 mil em até três anos.

Segundo a Folha, o documento defende ações emergenciais como a antecipação da vigência da cesta básica nacional de alimentos com isenção tributária total, redução acelerada da taxa Selic, ampliação do crédito produtivo e desoneração de contratações, especialmente para pequenas e médias empresas. O setor também sugere refinanciamento de dívidas, compras públicas de excedentes e medidas fiscais de equilíbrio orçamentário.

O Fórum afirma que, se adotadas de forma coordenada, essas medidas podem neutralizar grande parte dos efeitos recessivos e da perda de empregos. O grupo reúne entidades como Abras, Abad, Abag, Abia, Abic, Abipla, Abir, ABPA, Abralatas, Abralog, Abramilho, Abre, Andav, ANR e CropLife Brasil.
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Apesar do alerta, a Folha aponta que a medida de Donald Trump não alterou de forma significativa as projeções do mercado para a economia brasileira. Segundo o boletim Focus do Banco Central, divulgado na segunda-feira (4), a previsão de inflação para 2025 segue no limite da meta, com IPCA estimado em 5,07%, enquanto a projeção de crescimento do PIB para este ano permanece em 2,23% pela quarta semana consecutiva.
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