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Presidente da Câmara faltou à sessão e vereadores acusam manobra para evitar notificação em Floresta Azul
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A crise política no Legislativo de Floresta Azul subiu mais um degrau após a ausência da presidente da Câmara, Ellen Batista (Ellen Sâmela), mais conhecida como Ellen de Gordo, na sessão ordinária desta segunda-feira (24).
A falta dela foi interpretada pela maioria dos vereadores como manobra para evitar ser notificada oficialmente no processo de destituição que tramita contra ela desde o início de novembro.
Ao longo da sessão, vereadores relataram tentativas frustradas de entregar a notificação — tanto em Floresta Azul quanto em Ilhéus — e apresentaram novas acusações envolvendo obstrução do processo, assédio moral, nepotismo e irregularidades financeiras na gestão da Mesa Diretora.
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Vereadores dizem que presidente “está se escondendo”
Segundo os parlamentares, Ellen teria deixado sua residência em Floresta Azul e estaria “se escondendo” em diferentes casas da família, inclusive no litoral sul.
A denúncia mais dura veio dos vereadores Marcelo Reis e Márcio de Congá, que afirmaram em plenário que a presidente estaria “rodando entre residências” para evitar o recebimento da notificação.
A comissão processante esteve no condomínio Joia do Atlântico, em Ilhéus, onde a família possui uma casa de praia.
No local, os vereadores encontraram apenas o pai da presidente, Ednaldo Barbosa, que também ocupa o cargo de controlador interno da Câmara — ponto central das acusações de nepotismo.
Ednaldo recusou-se a receber a notificação, dizendo que o imóvel era “patrimônio particular” e orientando os vereadores a procurarem um advogado.
A recusa foi registrada em certidão oficial, assinada pelos membros da comissão e usada como prova de obstrução no processo.
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A certidão registra fuga de notificação e recusa do controlador
A Certidão de Recusa de Notificação, emitida em 15 de novembro, narra que Ellen estava no quintal da casa e, ao ver a aproximação da comissão, entrou no imóvel e não retornou. Ednaldo também negou a assinatura.
O documento abre o prazo de 10 dias para defesa prévia, conforme o regimento.
Para os vereadores, a recusa reforça a tese de que a presidente tenta atrasar ou anular prazos legais da investigação.
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As denúncias de assédio moral e interferência do pai.
No grande expediente, os vereadores José Mateus, Marcelo e Márcio ampliaram o ataque. Mateus relatou casos de assédio moral cometidos por Ednaldo contra servidores da Casa, afirmando que o controlador teria “ultrapassado todos os limites” e criado um ambiente insustentável.
Segundo os vereadores, funcionários foram pressionados e desrespeitados em atividades internas, reforçando a ideia de que o controlador atua politicamente para proteger a filha no processo disciplinar.
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Os vereadores cobram R$ 38 mil em subsídios atrasados e criticam gastos com assessorias
Os parlamentares também voltaram a cobrar o pagamento retroativo de cerca de R$ 38 mil referentes à diferença de subsídio devida desde janeiro, segundo eles retida pela presidente sem justificativa.
Ao mesmo tempo, acusaram Ellen de gastar valores elevados com consultorias jurídicas e contábeis — entre R$ 20 mil e R$ 24 mil por mês — consideradas supérfluas ou mal explicadas.
Para os vereadores, a mesa diretora está “quebrada para pagar vereador, mas abastecida para pagar advogado”.
A comissão afirma que documentos financeiros pedidos desde outubro continuam sendo ocultados pela presidente.
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As contradições em denúncias feitas pela própria presidente
Outro ponto explorado no plenário foi a suposta inconsistência nas denúncias apresentadas por Ellen contra o Executivo.
Márcio disse que a presidente primeiro acusou o prefeito Hermânio “Bambu” de desviar R$ 4,34 milhões, mas posteriormente enviou outro ofício reduzindo o valor para R$ 2 milhões.
Para os vereadores, essa mudança tira credibilidade das acusações e seria usada apenas como discurso político.
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Márcio de Congá rebate acusações de agiotagem e devolve ataque ao controlador
Márcio Soares de Congá também respondeu às acusações de agiotagem que teriam sido feitas pela presidente.
Ele apresentou contracheques e documentos de consignados, afirmando que todos os descontos foram autorizados pelo próprio controlador Ednaldo — e não por ele.
O vereador disse que Ellen estaria usando narrativas falsas para “virar o jogo” no processo disciplinar.
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Situação pode esquentar mais nos próximos dias
A comissão processante segue com o processo nº 001/2025-CM_FA, agora com certidão de recusa formalizada.
Ellen tem 10 dias para apresentar defesa, mesmo sem ter recebido a notificação diretamente.
Vereadores avaliam pedir notificação por edital, caso a presidente siga ausente.
O clima na Câmara é de hostilidade aberta, com a base governista pressionando para acelerar a destituição.
Enquanto isso, o prefeito Hermânio “Bambu” mantém maioria consistente no plenário e assiste de fora ao conflito que hoje domina a política de Floresta Azul.
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