
Foto: Rodrigo Pimentel/SDR
Da Redação
O cheiro de biscoito assando, bolo de aipim e pães quentinhos toma conta da Unidade de Processamento de Derivados de Mandioca, no distrito de Itajuru, em Jequié. Inaugurada em 2023, a cozinha comunitária virou ponto de encontro e sustento para 20 famílias de agricultoras familiares que, até pouco tempo atrás, produziam no fundo do quintal de casa, com pouca estrutura, mas com muita vontade de fazer acontecer.
Quem conta essa história é a presidente da Associação das Mulheres do Assentamento Flor da Terra (AMAFT), Lilian Michelle. “Essa cozinha é fruto de uma luta que começou lá em 2013, quando a gente manifestou interesse em ter uma associação de mulheres aqui no assentamento. Através desse movimento, conseguimos entrar num edital da CAR e, hoje, temos uma cozinha completa, com fornos, panificadora e tudo o que precisamos para trabalhar com dignidade”, explica.
O espaço, construído pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), trouxe uma virada de chave para a comunidade. Agora, as mulheres produzem biscoitos, beiju, bolo de aipim e outros derivados de mandioca em condições adequadas, com mais qualidade e capacidade de produção.
“Colocamos nossos produtos em feiras como a da Agricultura Familiar e, com isso, essa unidade tem permitido que muitas mulheres do município possam ter condições de sustentar suas famílias”, completa Michelle.
Hoje, a produção da AMAFT também abastece programas institucionais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e integra a rede Comida no Prato, iniciativa do Bahia Sem Fome, garantindo alimentação para mais de 400 famílias em situação de vulnerabilidade.
A trajetória da associação é mais um exemplo claro de como políticas públicas, aliadas à organização comunitária e à agricultura familiar, transformam desafios em oportunidades de trabalho, renda e desenvolvimento.