
Foto: Joá Souza/GOVBA
Da Redação
Fundado em 1999, o Mercado Livre tornou-se a maior plataforma de comércio eletrônico da América Latina não ao replicar modelos estrangeiros, mas ao reconstruir do zero pilares essenciais como logística, meios de pagamento e crédito em um mercado marcado por instabilidade econômica e baixa infraestrutura digital. A estratégia permitiu que a empresa se transformasse em uma infraestrutura invisível do comércio regional.
A ideia surgiu quando o argentino Marcos Galperin, então estudante de MBA na Universidade de Stanford, desenvolveu um projeto inspirado em plataformas de e-commerce dos Estados Unidos. Ao retornar à América Latina, Galperin percebeu que o desafio não era apenas criar um marketplace, mas suprir a ausência de sistemas básicos para viabilizar transações online em larga escala.
Nos primeiros meses da empresa, Galperin adotou uma estratégia considerada controversa para captar investimentos. Em relatos públicos feitos pelo próprio fundador ao longo dos anos, ele afirma ter apresentado a investidores estrangeiros uma plataforma que simulava operações em funcionamento, com o objetivo de demonstrar viabilidade e escala em um mercado ainda incipiente.
Com o avanço da operação, o Mercado Livre passou a investir fortemente na criação de soluções próprias. Surgiram o Mercado Pago, para resolver gargalos financeiros, o Mercado Envios, para estruturar a logística, e linhas de crédito voltadas a vendedores e consumidores. A estratégia consolidou um ecossistema integrado, adaptado às particularidades dos mercados emergentes.
Em 2007, a empresa abriu capital na Nasdaq. Atualmente, o Mercado Livre opera em mais de 18 países e é avaliado em dezenas de bilhões de dólares, sendo uma das companhias mais valiosas da América Latina.