
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Da redação
Na Bahia, tradição e mudança caminham lado a lado quando o assunto são nomes. O Censo Demográfico 2022 revelou que Maria e José continuam como os preferidos entre os baianos — e entre os brasileiros em geral.
Mas, quando se trata de sobrenomes, o estado foge à regra nacional: é um dos poucos onde “Santos” supera “Silva”.
Mais de 3,7 milhões de baianos têm “Santos” no nome — o equivalente a um em cada quatro moradores (26,3%). No Brasil, o sobrenome é o segundo mais popular, presente em 10,5% da população.
Na Bahia, o tradicional “Silva”, líder nacional, aparece em segundo lugar, usado por 2,48 milhões de pessoas (17,6%).
Em seguida vêm Souza (8,4%), Oliveira (8,1%) e Jesus (7,6%).
O sobrenome “Jesus” tem uma ligação especial com o estado: quase 40% dos brasileiros que o possuem vivem na Bahia. Os dez municípios com maior concentração estão no território baiano, com Presidente Tancredo Neves (29,2%), Teolândia (29%) e Piraí do Norte (26%) no topo do ranking.
Em Salvador, o padrão se repete: os cinco sobrenomes mais comuns são Santos, Silva, Souza, Jesus e Oliveira.
O nome Maria continua absoluto. Em 2022, mais de 783 mil baianas (10,7%) têm o nome mais popular do país. No Brasil, são 12,2 milhões de Marias, quase 12% da população feminina.
Na Bahia, Maria reina há décadas, com uma única exceção: nos anos 1990, o nome Ana assumiu temporariamente a liderança. Hoje, Ana ocupa o segundo lugar, com 273 mil registros, um aumento de quase 27% desde 2010.
A grande surpresa do Censo foi Júlia, que saltou do 28º para o 3º lugar entre os nomes femininos mais comuns — um crescimento de 60% em 12 anos. Adriana e Rita completam o top 5, embora ambas tenham perdido popularidade.
Entre as baianas mais jovens, nascidas entre 2020 e 2022, os nomes da moda são Maria, Ana, Laura, Alice e Luna.
Em Salvador, Maria também lidera: 116 mil mulheres (8,9%) têm o nome, embora o número tenha caído 2% desde o último Censo. Ana, Rita, Júlia e Patrícia completam o ranking da capital.
Entre os homens, José ainda é o nome mais comum na Bahia, com 361 mil registros, mas perdeu espaço — queda de 13,6% desde 2010. A tendência é nacional: o nome diminuiu em quase todos os estados, embora ainda lidere em 21 deles.
A nova geração, porém, mostra outras preferências. João vem ganhando terreno e já é o nome mais popular entre os meninos nascidos a partir dos anos 2000. O número de registros cresceu 13,7% desde 2010, chegando a 219 mil, ultrapassando Antônio, que caiu para o terceiro lugar após uma redução de 16,7%.
Pedro também subiu — de 8º para 4º — com alta de 35,7% em 12 anos. Carlos fecha o top 5, enquanto Paulo deixou a lista dos mais comuns.
Nos registros mais recentes (2020 a 2022), os nomes masculinos mais escolhidos pelos baianos foram João, Davi, Enzo, Arthur e Miguel.
Em Salvador, José ainda lidera, com 38 mil registros, seguido por Antônio, João, Carlos e Paulo.