
Foto: Matheus Landim/GOVBA
Da Redação
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), se reuniu nesta segunda-feira (4), em Salvador, com produtores e representantes da indústria baiana para discutir os impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos de exportação brasileiros. A medida, adotada pelo governo do presidente norte-americano Donald Trump, tem provocado preocupação entre setores produtivos da Bahia.
Salvador eventos
O encontro ocorreu na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e contou com a participação, por videoconferência, do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB). A reunião foi mediada pelo presidente da Fieb, Carlos Henrique Passos, que destacou a necessidade de mitigar os prejuízos para o setor industrial baiano.
“Dificilmente não vai haver impactos. O que nos cabe é encontrar caminhos para mitigar esses impactos e também identificar oportunidades que esse ambiente de crise pode oferecer para o desenvolvimento econômico da Bahia, além do mercado americano”, afirmou Passos.
Durante a reunião, foi discutida a elaboração de um documento técnico com propostas e dados que será apresentado pelo governador em Brasília nesta semana, em reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com os governadores do Consórcio Nordeste. O objetivo é municiar o governo federal nas negociações com os Estados Unidos, especialmente para tentar retirar ou reduzir tarifas sobre produtos que afetam diretamente a economia baiana.
“Hoje já apresentamos parte desse documento ao vice-presidente, que é o coordenador dessas negociações, e ele sinalizou que há expectativa do Governo Federal em conseguir retirar alguns produtos da lista. Caso isso não aconteça, vamos negociar pela redução dessas tarifas”, explicou Jerônimo Rodrigues em entrevista à TV Bahia.
Impactos e alternativas
Segundo a Fieb, os setores mais afetados na Bahia são os de pneus e produtos petroquímicos. Outros itens importantes na pauta de exportações do estado — como derivados de celulose, petróleo, minérios e metais preciosos — ficaram de fora da lista de sobretaxas, mas o setor industrial busca ampliar os produtos isentos.
Diante da possibilidade de manutenção das tarifas, o governador afirmou que o estado já estuda medidas alternativas de compensação aos produtores, como redução de alíquotas do ICMS e linhas de crédito com prazos de investimento estendidos.
“O braço forte do estado não é tão grande quanto o da União, por isso esperamos apoio do governo federal para amparar os setores mais atingidos”, afirmou Jerônimo.