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No jogo bruto da política, coragem e cálculo caminham lado a lado. Em Floresta Azul, o prefeito Hermanio Bambu decidiu dar um passo ousado e arriscado ao exonerar toda a família da ex-prefeita Gicelia Santana, incluindo seu esposo, filhos e antigos aliados de confiança. Uma decisão que já vem causando alvoroço nos bastidores e nas rodas de conversa da cidade. Mas de onde surgiu essa medida tão radical? Segundo fontes próximas à gestão, o problema não era só político era também administrativo e financeiro.
A presença constante da família Santana no coração do poder público estava custando caro aos cofres da cidade, além de criar uma espécie de "governo paralelo". Pessoas sem cargo formal exerciam poder, decisões eram tomadas sem o conhecimento do próprio prefeito, e havia uma disputa velada por protagonismo que se tornava cada vez mais insustentável. Assim, de acordo com os fatos, foram sete meses de governo sob fogo amigo, onde a maior oposição ao prefeito vinha justamente de dentro do seu próprio grupo. Em vez de apoio, Hermanio enfrentava sabotagens silenciosas, vaidades expostas e disputas internas por espaço e influência. A força da ex-prefeita Gicelia, a movimentação de seus filhos e a voz ativa do ex-secretário Garrafão mantinham Hermanio numa posição desconfortável, quase neutralizado politicamente. Ao romper com seus padrinhos políticos, Bambu não apenas encerra uma fase: ele assume, enfim, a autoria do próprio governo. Sem Gicelia nos bastidores, sem Garrafão ditando rumos e sem os filhos atuando como gestores, o prefeito agora se vê diante do maior desafio da sua gestão, provar que pode governar com autonomia, competência e resultado.
A caneta foi usada com coragem. Mas coragem sem estratégia pode custar caro. O povo de Floresta Azul observa e cobrará. Resta saber se esse novo momento será um marco de independência ou o início de um isolamento perigoso. Afinal, quem rompe com velhos aliados precisa de mais do que ousadia: precisa entregar. Obras, melhorias, presença nas comunidades, impacto real.
A gestão de Hermanio Bambu precisará ser maior, mais visível e mais eficaz do que a de Gicelia, se quiser consolidar sua liderança política. Além disso, é fundamental que o prefeito concentre sua força política. Tentar pousar em vários grupos ao mesmo tempo, numa estratégia de agradar a todos, apenas o enfraquece. Na hora em que sua base realmente precisar de firmeza, não encontrará apoio entre os que só recebem aparições, mas não compromisso. Política se faz com alianças sólidas não com voos rasantes. De toda forma, a atitude corajosa do jovem prefeito já repercute regionalmente. Não é fácil tomar uma decisão que balança as estruturas internas da gestão e rompe com figuras influentes. Mas, às vezes, é preciso cortar para curar. E talvez, nesse gesto firme, esteja a chance de respirar novo ar, livrar-se das amarras do passado e, enfim, governar sem as sombras da manipulação e da maldade.