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Da Redação
Uma pesquisa publicada na revista The Lancet chama atenção para o crescimento alarmante da resistência bacteriana aos antibióticos, que vem tornando essas infecções mais perigosas e letais em todo o mundo, sobretudo na América Latina e no Caribe. O levantamento foi realizado pela colaboração internacional GBD – Antimicrobial Resistance Collaborators, que monitora a resistência a antibióticos e outros medicamentos há mais de 30 anos.
De acordo com o estudo, que analisou dados sobre internações, vendas de antibióticos e perfis de resistência de 22 espécies bacterianas, a projeção para o ano de 2050 indica a possibilidade de 1,91 milhão de mortes anuais causadas por infecções bacterianas resistentes — um aumento de quase 70% em relação a 1990. O envelhecimento populacional, com maior número de idosos vulneráveis, é um dos fatores que impulsionam esse cenário preocupante.
O estudo apresenta diferentes cenários para o enfrentamento do problema. Caso não sejam adotadas medidas eficazes, a mortalidade continuará a crescer conforme essa projeção. Porém, soluções como o desenvolvimento de novos medicamentos, o uso consciente dos antibióticos e a ampliação da vacinação oferecem esperança. Segundo o cenário mais otimista do estudo, essas ações poderiam evitar até 92 milhões de mortes no mundo.
O alerta reforça a urgência de políticas públicas, educação e inovação na área da saúde para conter a ameaça crescente da resistência antimicrobiana, que representa um dos maiores desafios para a saúde global nas próximas décadas.