Venda de medicamentos para emagrecimento dispara e já representa mais de 10% do faturamento das grandes redes de farmácia



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Da Redação

A procura por medicamentos utilizados no tratamento da obesidade, como Ozempic e Wegovy, tem crescido de forma acelerada no Brasil e já responde por mais de 10% do faturamento das principais redes de farmácias. A informação foi divulgada pela Folha de S.Paulo, com base em levantamento feito pela empresa Varejo 360, que monitora dados de vendas no estado de São Paulo.

Segundo a pesquisa, os chamados agonistas de GLP-1 — categoria que inclui os dois medicamentos — representavam cerca de 6% das vendas em março do ano passado. Em 2023, essa participação ficava abaixo de 4,5%, de acordo com o monitoramento voltado para redes ligadas à Abrafarma, associação que reúne grandes varejistas do setor, como Raia Drogasil, Grupo DPSP, Panvel e Pague Menos.

Um dos fatores que impulsiona a expressiva participação no faturamento é o alto tíquete médio dos produtos. A Folha de S.Paulo destaca que, entre janeiro e maio de 2024, as vendas desses medicamentos saltaram de R$ 509 milhões para quase R$ 960 milhões no estado de São Paulo, demonstrando um crescimento significativo em apenas um ano.

Apesar do preço elevado — com a unidade do Wegovy vendida em média por R$ 1.687,34 e o Ozempic por R$ 1.299,70 em maio — a demanda continua aquecida. De acordo com o levantamento, as classes A e B concentram 77% dos consumidores desses produtos. As mulheres são maioria entre os compradores, representando 70%, e a faixa etária predominante é entre 40 e 49 anos (35%), seguida pelo grupo de 50 a 59 anos (24%).

O estudo não considerou os preços do Mounjaro, medicamento concorrente da Eli Lilly, lançado no Brasil em maio com valores entre R$ 1.400 e R$ 2.300. No entanto, no início de junho, a Novo Nordisk, responsável pelo Ozempic e pelo Wegovy, anunciou uma redução de até 19,6% nos preços dos seus produtos.

À Folha de S.Paulo, Fernando Faro, diretor da Varejo 360, afirmou que a expectativa é de um aumento ainda maior nas vendas após a expiração das patentes desses medicamentos, o que deve atrair fabricantes de genéricos com preços mais acessíveis. “Que esses medicamentos vão baratear, isso é uma certeza. Deve cair ainda mais com a chegada dos genéricos. A quantidade de pessoas que vão consumir esses produtos pode dobrar quando eles ficarem mais acessíveis”, avaliou.

A patente do Ozempic vence em 2026 no Brasil, mas a Novo Nordisk tenta estender esse prazo alegando atrasos no processo de registro. Entre os laboratórios interessados em produzir a versão genérica da semaglutida (princípio ativo do Ozempic) estão EMS, Biomm e Hypera.
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