Foto: Reprodução/Tv Globo
Da Redação
O Fantástico revelou neste domingo (30) novos detalhes da operação da Polícia Federal contra um esquema ilegal de fabricação e comercialização de Tirzepatida, substância usada em canetas emagrecedoras como o Mounjaro. As investigações apontam que o grupo produzia ampolas em larga escala, algo proibido pela Anvisa, e abastecia clínicas e profissionais de saúde por meio de um laboratório irregular em São Paulo.
Entre os principais alvos está o médico baiano Gabriel Almeida, influenciador com mais de 750 mil seguidores e conhecido por divulgar protocolos de emagrecimento. Segundo a PF, ele e outros médicos seriam sócios ocultos do laboratório Unikka Pharma e usavam clínicas de alto padrão e até uma ilha na Baía de Todos-os-Santos para ministrar cursos e promover os produtos investigados. Na Ilha de Carapituba, adquirida em consórcio, eram realizados treinamentos para médicos de várias partes do país.
Durante a operação, a PF cumpriu 24 mandados de busca e apreensão e encontrou estoques de Tirzepatida manipulada sem identificação individual, além de anabolizantes, implantes hormonais e outros produtos em locais inadequados para produção em grande escala. “Você não espera encontrar milhares de unidades prontas em uma farmácia de manipulação”, disse a perita federal Diana Neves ao Fantástico.
A defesa de Gabriel Almeida afirma que ele não participa da fabricação dos medicamentos, que não é sócio oculto do laboratório e que apenas utiliza os produtos da Unikka, além de manter cursos regulares voltados a médicos. O laboratório, por sua vez, nega ter produzido qualquer tipo de “falso Mounjaro” e diz atender exclusivamente clínicas e profissionais habilitados. A Anvisa declarou ter auxiliado na identificação dos produtos, mas ressaltou que o caso está sob sigilo judicial.