Os casos de intoxicação por metanol têm assustado moradores de diversas cidades do país e acendido o alerta das autoridades de saúde. O Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional) já recebeu 43 notificações: 39 em São Paulo — sendo 10 confirmados e 29 em investigação — e quatro em Pernambuco.
Em São Paulo, foi registrado um óbito confirmado, enquanto outros sete seguem em análise (cinco em SP e dois em PE). Quatro casos suspeitos já foram descartados.
Na Bahia, a preocupação aumentou após a morte de um homem de 56 anos em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador, com suspeita de ter ingerido metanol em bebida alcoólica.
Sintomas e riscos
Em entrevista ao A Tarde, a nefrologista do Hospital Mater Dei Salvador, Bárbara Oliveira, explicou que os sinais de intoxicação podem aparecer até seis horas após a ingestão. Entre eles estão:sonolência, tontura e dor abdominal;
náuseas, vômitos e dor de cabeça;
confusão mental;
aumento da frequência cardíaca e queda da pressão arterial.
Entre 6 e 24 horas após a ingestão, os sintomas evoluem para visão turva, sensibilidade à luz, manchas na visão (escotomas), perda da percepção das cores e convulsões. Em situações graves, podem ocorrer cegueira irreversível, pancreatite, insuficiência renal e choque.
“Pequenas quantidades de metanol podem causar danos potencialmente graves e fatais. Logo, independente da quantidade, todos os casos suspeitos devem ser encaminhados para uma emergência”, alertou a médica.
Tratamento
O tratamento depende do quadro clínico e dos exames laboratoriais. Pode incluir hidratação venosa, uso de antídotos como o etanol intravenoso e, em casos mais graves, hemodiálise.
O que é o metanol
O metanol é um álcool usado em solventes e outros produtos químicos. Extremamente tóxico, pode causar lesões no fígado, cérebro e nervo óptico, levando à cegueira, coma e até a morte.