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Da Redação
O ex-vereador Valdinei da Silva Caires, conhecido como Bô, foi condenado a 34 anos e 24 dias de prisão em regime fechado pelo assassinato de Beatriz Pires da Silva, de 25 anos, que estava grávida de seis meses quando desapareceu. O julgamento ocorreu na última quinta-feira (16), em Barra da Estiva, na Chapada Diamantina.
Beatriz foi vista pela última vez em 11 de janeiro de 2023, entrando em um carro do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, veículo que, segundo a polícia, era usado exclusivamente por Valdinei, então presidente da entidade e vereador do município. O corpo da vítima nunca foi encontrado.
O ex-parlamentar foi condenado por homicídio qualificado, por motivo fútil, traição e feminicídio, com agravante de a vítima estar gestante, além de ocultação de cadáver.
Provas e investigação
As investigações reuniram fortes evidências da autoria e materialidade do crime. Câmeras de segurança registraram Beatriz entrando em um veículo idêntico ao do sindicato, que era conduzido pelo réu.
Peritos encontraram manchas de sangue no carro de Valdinei, e a polícia identificou a conexão do celular da vítima ao Wi-Fi do sindicato dois dias após o desaparecimento, quando o local estava sob controle do acusado.
Valdinei foi preso em junho de 2023, por força de mandado de prisão preventiva. Após a repercussão do caso, ele teve o mandato cassado por unanimidade na Câmara Municipal de Barra da Estiva.
Além da pena de prisão, o juiz Genivaldo Alves determinou que o condenado indenize a mãe de Beatriz em valor equivalente a cem salários mínimos, a título de danos morais.
Feminicídios em alta
O caso reforça a escalada da violência de gênero no país. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, o Brasil registrou 1.467 feminicídios no último ano — o maior número desde que o crime foi tipificado, em 2015.
Na Bahia, dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) apontam 80 casos de feminicídio até 21 de outubro, apenas cinco a menos que no mesmo período de 2023.