Novo teste de urina pode reduzir biópsias no diagnóstico do câncer de próstata, aponta estudo



Foto: Freepik


Da Redação

Pesquisadores do Centro de Câncer Johns Hopkins Kimmel, do Hospital Infantil Johns Hopkins e de outras quatro instituições desenvolveram um novo método para diagnosticar o câncer de próstata a partir de biomarcadores encontrados na urina. Segundo os cientistas, a técnica pode reduzir significativamente a necessidade de biópsias invasivas e aumentar as chances de um diagnóstico precoce e preciso.

O estudo analisou amostras de urina de pacientes antes e depois da cirurgia de remoção da próstata, além de voluntários saudáveis. Foram identificados três biomarcadores — TTC3, H4C5 e EPCAM — que se mostraram eficazes na detecção do câncer. Após a cirurgia, esses marcadores praticamente desapareceram, confirmando sua origem no tecido prostático.

Atualmente, o exame de sangue que mede os níveis de PSA é o principal método para identificar suspeitas da doença, mas a baixa especificidade do teste leva muitos pacientes a biópsias desnecessárias. Além disso, o PSA elevado pode estar associado a condições benignas, como inflamações ou aumento da próstata.

“O teste de PSA não é muito específico. Nosso painel de biomarcadores oferece uma alternativa não invasiva, sensível e confiável para o diagnóstico”, explica Ranjan Perera, um dos autores do estudo e diretor do Centro de Biologia de RNA do Johns Hopkins All Children’s Hospital.

De acordo com os pesquisadores, o novo exame mostrou eficiência até mesmo em pacientes com PSA dentro da faixa normal, além de conseguir distinguir o câncer de próstata de outras condições, como prostatite e hiperplasia prostática benigna (HPB).

Para chegar aos resultados, os cientistas analisaram 341 amostras de urina na fase inicial e, em seguida, validaram o método em 1.055 novas amostras, incluindo indivíduos saudáveis e pacientes com câncer de próstata antes e depois da cirurgia.

“Há uma necessidade real de biomarcadores não baseados em PSA, e a urina é um material muito fácil de coletar em consultórios e clínicas”, reforça Christian Pavlovich, coautor do estudo e professor emérito de oncologia urológica na Johns Hopkins.

Apesar do avanço, os especialistas afirmam que ainda são necessários testes adicionais em outras instituições antes que a técnica possa ser aplicada em larga escala em laboratórios e ambientes clínicos.
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