
Foto: Max Haack/Secom PMS
Da redação
O Hino ao Dois de Julho celebra a verdadeira conclusão da Independência do Brasil, conquistada apenas em 2 de julho de 1823, quando as últimas tropas portuguesas foram expulsas da Bahia. Segundo o historiador Rodrigo Lopes, ao G1, a canção composta por Ladislau dos Santos Titára e José dos Santos Barreto destaca a participação popular na luta e é considerada mais fiel à história baiana do que o Hino Nacional. A primeira estrofe, que fala de um sol que “brilha mais que no primeiro”, simboliza o nascimento de um novo país livre do domínio português.
As estrofes seguintes reforçam a rejeição ao despotismo e homenageiam o povo baiano como protagonista da luta. O “filho de minh’alma” mencionado no hino representa o cidadão comum que lutou pela independência, como vaqueiros, escravizados e agricultores. Para Rodrigo Lopes, esse aspecto diferencia a luta baiana da independência proclamada por Dom Pedro I em 1822, marcada por pouca participação popular.
O hino também destaca as batalhas travadas em regiões de Salvador, como Cabrito e Pirajá, locais decisivos na vitória sobre as tropas portuguesas. O historiador lembra que a independência só foi consolidada quando a Bahia se libertou, encerrando o controle português no território brasileiro. A música continua sendo um símbolo de resistência e orgulho para os baianos, especialmente no desfile cívico do Dois de Julho, onde as figuras da cabocla e do caboclo reforçam essa memória coletiva.