
Foto: Reprodução
Da Redação
Salvador poderá contar com um novo aplicativo de transporte por demanda para concorrer diretamente com plataformas como Uber e 99. A proposta, apresentada pelo vereador Anderson Ninho (PDT), está em tramitação na Câmara Municipal de Salvador (CMS) e prevê a criação do SoteroGo, uma plataforma pública e sem fins lucrativos que seria gerida pela prefeitura da capital baiana. A informação foi divulgada pelo jornal A Tarde.
Segundo o vereador, o objetivo é oferecer tarifas mais acessíveis aos usuários e aumentar o percentual de repasse aos motoristas parceiros. “A categoria dos motoristas por aplicativo vem sofrendo com a redução progressiva nos valores repassados pelas plataformas, muitas vezes ficando com percentuais inferiores a 50% do valor pago pelo usuário”, argumenta o parlamentar, conforme relatado por A Tarde.
O projeto de lei também permite que o SoteroGo seja gerido por uma entidade da administração indireta, ou seja, um órgão público com autonomia administrativa, mas vinculado ao poder público.
Modelo de remuneração
A proposta estabelece que 95% do valor pago pelo passageiro seja destinado diretamente ao motorista parceiro, enquanto os 5% restantes seriam utilizados para a manutenção, operação técnica e melhorias da plataforma, garantindo sua sustentabilidade.
Ainda de acordo com A Tarde, o vereador defende que o novo modelo pode representar um avanço para a mobilidade urbana e para as condições de trabalho dos profissionais. “Esses trabalhadores assumem todos os riscos da operação, desde o combustível e a manutenção até sua própria segurança pessoal. A atividade, assim, torna-se insustentável do ponto de vista econômico e ético”, declarou.
Inspiração em Araraquara
A iniciativa segue exemplo do município de Araraquara (SP), onde já funciona o aplicativo MoradaCar, operado por moradores e com foco em transporte local. Lá, o serviço oferece quatro modalidades: viagem comum, luxo, mulher e mercado, estando disponível para os sistemas Android e iOS.
Objetivos do projeto SoteroGo
Conforme descrito na proposta legislativa obtida por A Tarde, os principais objetivos da plataforma são:Reduzir os custos para usuários finais;
Maximizar o repasse aos motoristas;
Garantir transparência e controle social;
Valorizar a categoria com condições dignas de trabalho;
Estimular concorrência justa no setor.
Próximos passos
Antes de entrar em vigor, o projeto precisa passar pelas comissões temáticas da Câmara, como a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se aprovado, seguirá para votação em plenário. Caso receba aval dos vereadores, será encaminhado ao Executivo municipal, podendo ser sancionado ou vetado pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil).