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Da Redação
O ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica morreu nesta terça-feira (13), aos 89 anos, em Montevidéu. Ícone da esquerda latino-americana, Mujica estava em cuidados paliativos desde que decidiu interromper o tratamento de um câncer no esôfago.
O diagnóstico foi revelado por ele próprio em abril de 2024, após exames de rotina. À época, o ex-presidente afirmou que sua saúde estava “muito comprometida” e citou a Síndrome de Strauss, uma doença imunológica crônica que também enfrentava. Em janeiro deste ano, comunicou que o câncer havia atingido o fígado e optou por não seguir com terapias invasivas.
“Não tem nada que eu faça que consiga parar”, disse à revista Búsqueda, explicando que não queria “sofrer em vão”. A decisão foi apoiada pela esposa, Lucía Topolanski, que ontem afirmou que Mujica estava em fase terminal e recebia cuidados para controle da dor em casa.
Mujica havia passado por sessões de radioterapia ainda em 2024 e, posteriormente, por uma cirurgia. Em setembro, foi hospitalizado quatro vezes em menos de duas semanas por distúrbios digestivos causados pelo tratamento. Também foi submetido a uma gastrostomia para auxiliar na alimentação.
Camponês, ex-guerrilheiro tupamaro e preso político durante a ditadura uruguaia, Mujica se tornou uma das figuras mais populares do continente após governar o Uruguai entre 2010 e 2015. Seu estilo de vida simples e discurso direto lhe renderam notoriedade internacional.
“É preciso morrer. Nascemos destinados a isso. Por isso, a vida é uma aventura maravilhosa”, declarou em uma de suas últimas entrevistas.