A que ponto chegamos?




O que deveria ser motivo de orgulho de todo o povo brasileiro que nasceu, cresceu e nunca tinha visto - até o último domingo - o Brasil ser protagonista no mundo da sétima arte, virou uma “guerra” de defesa e crítica para a produção nacional, que finalmente ganhou o Oscar.

O mundo vibrou com a primeira estatueta para o Brasil, pois somos admiradores do cinema e estamos entre os países que mais assistem filmes no mundo, e sempre sonhamos com esse momento.

Sempre imaginei o Brasil comemorando essa conquista, deixando de lado as diferenças ideológicas. Mas o que me assustou com esse Oscar é que parte do país torceu contra por se tratar de uma história que retrata o sumiço e morte do engenheiro civil e deputado Rubens Paiva em 1971, período em que o Brasil viveu uma ditadura militar (1964/1985). O então deputado deixou precocemente sua esposa Eunice Paiva e cinco filhos. Rubens foi arrancado da sua casa, diante da família, pelos militares da época e nunca mais apareceu.

O filme retrata a história da luta de Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva, por justiça, e ganhou notoriedade, culminando com a conquista do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, um marco na história do cinema nacional.

É importante dizer que já batemos na trave com outras produções: O Pagador de Promessas (1963), Raoni (1979), O Quatrilho (1996), O Que É Isso, Companheiro? (1998), Central do Brasil (1999), Cidade de Deus (2004) e finalmente em 2025 veio a primeira estatueta dourada para o Brasil por Ainda Estou Aqui.

O preocupante nesse cenário é que, por questões político-ideológicas, muitos não celebraram essa conquista e até tentam diminuir sua importância. Onde fica o lema: Deus, Pátria e Família? Torcer contra uma produção cinematográfica brasileira é torcer pela tão defendida Pátria Amada Brasileira? Estamos entrando em uma estrada doentia, com uma patologia crônica, sem cura, que costuma levar países para as famosas guerras civis. Isso é preocupante!
Arnold Coelho
Preocupado com o nosso futuro
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