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Da Redação
Quando o tenente coronel José Emmanoel Sacramento chegou a Caxias do Sul, uma das cidades afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, o cenário era de guerra. Há uma semana, o bombeiro e outros militares baianos trabalham no resgate das vítimas e dos corpos dos que não sobreviveram aos alagamentos e deslizamentos de terra.
“Chegamos com um cenário de guerra. Muitos desalojados, desabrigados, vários animais perdidos e já com corpos para serem recuperados”, contou ao Portal G1.
Os 22 bombeiros baianos foram divididos em duas cidades: Caxias do Sul e Bento Gonçalves, ambos municípios a cerca de 3h da capital, Porto Alegre.
A função do grupo de Caxias era fazer os resgates de moradores em locais isolados e de sete corpos de vítimas. Em todo o estado, 107 mortes já foram registradas e mais de 130 corpos seguem desaparecidos.
“Eram duas famílias, uma de cinco pessoas e outra de dois senhores. Era um trabalho complexo, com o relevo bastante acidentado e ainda com risco”, explicou o tenente coronel Sacramento, como é conhecido na corporação.
Para o bombeiro, o resgate do casal de idosos foi o momento mais impactante do trabalho no Rio Grande do Sul até agora. “Como a casa deles foi totalmente destruída, os militares contaram com a ajuda do filho para conseguir descobrir e acessar o local. Se os corpos não fossem retirados logo, poderiam ser ainda mais soterrados e, talvez, nunca recuperados”.
“O filho do casal estava o tempo todo firme, nos ajudando. Quando contamos que havíamos recuperado os corpos, ele desabou. Foi algo que mexeu com todos nós, o alívio dele foi surpreendente. Infelizmente não os salvamos, mas poder devolver a oportunidade desse filho se despedir dos pais, velar os corpos e seguir a vida, é gratificante”, afirmou.