Um pedido do Exército brasileiro para comprar mísseis antitanque Javelin dos Estados Unidos, no valor de cerca de US$ 100 milhões, está parado em Washington há meses devido a ‘preocupações de parlamentares americanos com a postura do presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo ataques dele ao sistema eleitoral brasileiro’, disseram diversas fontes dos EUA à Reuters.
A proposta do Brasil para adquirir cerca de 220 mísseis Javelin foi feita inicialmente quando o ex-presidente Donald Trump, aliado de Bolsonaro, estava na Casa Branca. O Departamento de Estado aprovou a proposta no final do ano passado, apesar de objeções por parte de algumas autoridades de baixo escalão, segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto.
Mas o acordo sigiloso, que não havia sido divulgado anteriormente, está desde então emperrado em um limbo processual, em meio à crescente preocupação entre os parlamentares democratas dos EUA a respeito dos questionamentos que Bolsonaro tem feito sobre a integridade das urnas eletrônicas e da segurança da eleição de outubro no Brasil, disseram as fontes.
Segundo uma fonte que acompanha as negociações, elas estão caminhando lentamente no Congresso e “não devem ir a lugar nenhum tão cedo” devido às incertezas sobre Bolsonaro.
O impasse reforça o impacto que os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral têm causado e indica como o Brasil pode se tornar mais isolado internacionalmente se Bolsonaro seguir o exemplo de Trump e se recusar a aceitar uma eventual derrota na eleição de outubro. Atualmente, ele aparece atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenção de voto.