Foto: Reprodução/Redes sociais
Da redação
A Polícia Federal incluiu o deputado federal Capitão Alden (PL) nas investigações que apuram o descumprimento de medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo relatório da corporação, o parlamentar baiano teria feito uma chamada de vídeo para Bolsonaro durante manifestação realizada em Salvador, no dia 3 de agosto, permitindo a participação indireta do ex-mandatário no ato.
Para a PF, o episódio revela um “modus operandi de utilização de terceiros para burlar a medida cautelar” que proíbe Bolsonaro de usar redes sociais. A restrição foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no mesmo conjunto de medidas que impôs ao ex-presidente o uso de tornozeleira eletrônica.
As apurações apontam que Alden manteve conversas com Bolsonaro via WhatsApp no dia da manifestação. Prestes a discursar, o deputado teria pedido ao ex-presidente o envio de um áudio para ser reproduzido no carro de som. Bolsonaro recusou e sugeriu outra alternativa: “Alden, se eu falar qualquer coisa, dá problema. Você pode ligar para mim na imagem falando: ‘Estou aqui com a imagem do Bolsonaro, está mandando abraço a todos vocês e parabenizando’. Aí você pode. Você fala. Eu não posso falar, não. Valeu”, teria escrito.
Na sequência, Alden questionou se poderia ligar em cinco minutos e recebeu a confirmação. O relatório registra que a ligação ocorreu às 12h10 e durou 14 segundos. Pouco depois, Bolsonaro enviou um vídeo cumprimentando os manifestantes e desejando bom dia, mas reiterando que não poderia se pronunciar. O material foi publicado na conta do deputado no X (antigo Twitter).
De acordo com os investigadores, a troca de mensagens mostra que, mesmo ciente das restrições, Bolsonaro orientava o parlamentar sobre como proceder para expor sua imagem.
Em nota à imprensa, Capitão Alden afirmou que participou das manifestações “legítimas pela liberdade em todo o Brasil” e rebateu as acusações.