O Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA) acompanha a situação do Hospital Regional de Juazeiro, após receber denúncias de assédio moral, atraso de salários e falta de segurança na unidade de saúde. Inquéritos civis foram instaurados pela unidade do órgão na cidade e já apontaram irregularidades.
Regional hospital services
Uma audiência deve ser realizada nos próximos dias para que os gestores apresentem informações solicitadas pelo MPT. Entre os pontos em debate está a ampliação do quadro de profissionais, medida que havia sido pactuada entre a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), responsáveis pela administração do hospital.
“No último encontro entre os representantes de todos os envolvidos na gestão e no trabalho no Hospital Regional de Juazeiro, o ponto principal em análise foi a pequena quantidade de profissionais frente à demanda da unidade. Isso teria sido enfrentado parcialmente com o aumento da capacidade de atendimento em 100%, o que, entretanto, ainda não resolve a questão”, informou o MPT.
Nos últimos dias, imagens de pacientes em condições precárias circularam nas redes sociais. Em uma delas, acompanhantes relatam que precisam dormir sobre papelões no chão por falta de espaço. O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, compartilhou os vídeos e lamentou o descaso.
O MPT classificou como “grave” a divulgação das imagens e afirmou que a situação será debatida já na próxima reunião com os gestores. O caso também é acompanhado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
De acordo com o órgão, algumas medidas já começaram a ser implantadas, como a instalação de ar-condicionado. Outras questões em análise envolvem superlotação, pagamento de salários abaixo do piso, agressões a profissionais, ausência de espaços de repouso e falta de pausas de descanso.
A reportagem aguarda posicionamentos da Sesab e das Obras Sociais Irmã Dulce sobre as denúncias.