Imprensa internacional repercute inelegibilidade de Bolsonaro e acusações de fake news




Uma série de jornais internacionais repercute a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de tornar o ex-presidente da República Jair Bolsonaro inelegível para concorrer a cargos públicos por oito anos, a contar a partir das eleições de 2022, devido a alegações televisionadas feitas contra o sistema eleitoral brasileiro no ano passado com o uso de verba pública. As notícias destacam as acusações do ex-líder do executivo, incluindo "abuso de poder" e "disseminação de fake news" sobre o sistema eleitoral do País.


O Washington Post chamou Bolsonaro de "o Trump dos trópicos", comparando-o ao ex-presidente americano Donald Trump,também acusado de disseminar notícias falsas e que atualmente responde a acusações criminais. Segundo o jornal, Bolsonaro repetiu "sem evidências" que o sistema eleitoral do Brasil estava vulnerável a fraudes. Ainda, afirmou que o ex-presidente brasileiro "destruiu as proteções para a Floresta Amazônica e seus habitantes indígenas, ampliou as divisões da guerra cultural do Brasil e presidiu um dos surtos de coronavírus mais mortais do mundo".



A falta de evidência da fala de Bolsonaro, durante reunião televisionada em julho de 2022, foi mencionada pelo jornal britânico The Telegraph, que também o comparou com o ex-presidente americano Trump, mencionando as similaridades da invasão ao Congresso no dia 8 de janeiro com a invasão ao Capitólio americano em 2020, após a eleição do atual presidente americano, Joe Biden. "Tanto a conversa infundada de Bolsonaro sobre fraude eleitoral quanto os distúrbios de 8 de janeiro geraram comparações generalizadas com seu modelo político, Donald Trump, e a tentativa deste último de se manter no poder após sua derrota nas eleições presidenciais de 2020 nos EUA."

O mesmo aspecto sobre a falta de provas nas falas de Bolsonaro foi destacado pela CNN, em reportagem sobre o resultado do processo.



Já o El País ressaltou que o caso é um dos 16 abertos contra Bolsonaro, chamado de "ultradireitista e propagador de teorias da conspiração", e que ocorre devido a um encontro ocorrido no Palácio do Planalto, onde proclamou um "discurso inflamado no qual atacou impiedosamente as autoridades eleitorais - as mesmas que agora o julgam - e contra a segurança do sistema de votação".

Os 16 casos abertos também foram mencionados pelo jornal argentino El Clarín, que destacou que Bolsonaro está sendo investigado em uma série de processos, que incluem fraude na sua carteira de vacinação contra a covid-19 e tentativa de golpe na invasão do dia 8 de janeiro.

O jornal português Diário de Notícias já começa a trilhar os próximos passos do Partido Liberal (PL) com a ilegibilidade do ex-presidente, destacando a possibilidade de a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, se tornar protagonista e sucessora de Bolsonaro. Michelle é apontada como sendo uma aposta do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, "apesar de envolvida no caso das joias sauditas desviadas pelo marido do acervo presidencial para a própria casa".
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