
Foto: Beto Barata/Agência Senado
Da Redação
Dois dias após anunciar que havia sido escolhido pelo pai, Jair Bolsonaro (PL), para disputar a Presidência em 2026, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sinalizou que pode desistir da corrida. Ao deixar um culto evangélico em Brasília, neste domingo (7), o parlamentar afirmou que há um “preço” para abrir mão da candidatura.
“Tem uma possibilidade de eu não ir até o fim e eu tenho um preço para isso, que eu vou negociar. Eu tenho um preço, só que eu só vou falar para vocês amanhã”, disse.
Segundo o senador, sua possível retirada está diretamente ligada ao avanço de uma anistia aos condenados pelo STF por participação na tentativa de golpe — medida que beneficiaria o ex-presidente, atualmente preso.
“Espero que a gente paute essa semana a anistia. Espero que os presidentes da Câmara e do Senado cumpram o que eles prometeram, que pautariam a anistia, e deixem o pau cantar no voto no plenário – que é o que a gente sempre quis”, afirmou.
Flávio disse ainda que se reunirá nesta segunda-feira (8) com Valdemar Costa Neto (PL), Antônio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP) para “entender melhor” como as legendas enxergam sua candidatura. Também pretende convidar o deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, nome preferido pelo centrão.
“Acho que já demos alguns gestos para que todos pudessem digerir essa notícia [da pré-candidatura], que eu reconheço que pegou muita gente de surpresa. Não era o que grande parte da política estava esperando”, disse.
Ceticismo
Dirigentes do centrão já tratavam como provável uma desistência do senador. Para lideranças do bloco, o anúncio da pré-candidatura serviria mais para preservar a relevância política do bolsonarismo em meio à prisão de Jair Bolsonaro e sua inelegibilidade desde 2023.
A avaliação predominante é que Flávio não reunirá capacidade de articulação suficiente para unificar PL, PP, Republicanos, União Brasil e PSD em torno de seu nome — movimento que, segundo caciques partidários, poderia ser viabilizado por Tarcísio. Para eles, o governador paulista teria mais competitividade contra Lula (PT) na disputa pelo Planalto.