Estudo aponta quase 40 mil incidentes com recém-nascidos em hospitais do país



Foto: Arte/ Agência Brasil


Da Redação

O Brasil registrou quase 40 mil incidentes envolvendo recém-nascidos em serviços de saúde entre 2014 e 2022, revelando fragilidades estruturais e assistenciais nas unidades neonatais. Os dados inéditos foram levantados pela Sociedade Brasileira para Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP), em parceria com a Universidade Federal de São Carlos e a Anvisa, com financiamento da Fapesp.

Entre abril de 2014 e dezembro de 2022, foram notificados 39.373 episódios com bebês de até 28 dias. Quase todos ocorreram em hospitais (99,1%). A maior parte (68,3%) foi classificada como evento adverso, quando há dano ao paciente. A Bahia registrou 1.366 ocorrências no período.

Os problemas mais frequentes envolvem falhas em cateteres venosos (16,7%), lesões por pressão (10,8%), acidentes com sondas (6,5%), extubações acidentais (5,7%) e quedas (2,6%), eventos considerados evitáveis. Em neonatologia, pequenos deslocamentos de dispositivos podem causar descompensações rápidas.

O Sudeste lidera o número de notificações (39,7%), seguido de Nordeste (25,9%), Sul (15,4%), Centro-Oeste (17,3%) e Norte (1,7%). A proporção de eventos adversos dentro dos incidentes também é maior no Sudeste, com 75,2%.

Chama atenção o número de procedimentos cirúrgicos que evoluíram para óbito: 1,5% dos eventos adversos.

Limitações

O estudo também aponta limitações históricas do NOTIVISA: categorias imprecisas, termos redundantes e dificuldade de identificar a idade exata dos bebês. Em 2025, a Anvisa revisou o sistema, eliminando inconsistências e criando novos critérios de classificação, o que deve aprimorar a vigilância e orientar protocolos mais eficazes.

A SOBRASP afirma que nenhum recém-nascido deveria ter seu quadro agravado por falhas assistenciais.
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