Foto: Daniel Torok -Divulgação Casa Branca
Da Redação
Entrou em vigor nesta quarta-feira (6) a tarifa de importação de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O aumento, anunciado pelo presidente Donald Trump em 9 de julho e oficializado no dia 30, representa um acréscimo de 40 pontos percentuais sobre a alíquota anterior e deve impactar setores estratégicos da economia nacional.
Segundo o governo norte-americano, a medida tem caráter retaliatório e está relacionada ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), onde ele é réu pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Os Estados Unidos são o segundo principal destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China.
Apesar de quase 700 produtos permanecerem isentos da nova tarifa, o tarifaço atinge diretamente segmentos como carne bovina, café, frutas, calçados, máquinas industriais e agrícolas, móveis e têxteis. A estimativa é que o impacto recaia sobre a balança comercial, a arrecadação federal e a geração de empregos em áreas sensíveis da cadeia produtiva nacional.
Diante do cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se na noite de terça-feira (5) com o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Luiz Marinho (Trabalho) e Rui Costa (Casa Civil) para finalizar um plano emergencial de contenção aos efeitos da medida.
Entre as ações previstas no plano de contingência estão:Linhas de crédito para pequenos produtores afetados;
Compras governamentais dos produtos que seriam exportados para os EUA;
Reativação do Programa Seguro-Emprego, que permite a redução da jornada de trabalho e de salários, nos moldes adotados durante a pandemia;
Ampliação do Programa Reintegra, que devolve parte dos tributos pagos ao longo da cadeia produtiva às pequenas empresas exportadoras.
A expectativa é que os detalhes do plano sejam anunciados ainda nesta quarta-feira pelo governo federal.