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Da Redação
Pela primeira vez em dez anos, os pedidos de refúgio feitos por cidadãos cubanos ao Brasil superaram os de venezuelanos. De acordo com dados do Painel da Migração no Brasil, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), no primeiro trimestre de 2025 foram registradas 9.467 solicitações de cubanos, contra 5.794 de venezuelanos.
A entrada desses imigrantes ocorre, majoritariamente, pela região Norte do país. Os principais pontos de chegada são o município de Bonfim, em Roraima — na fronteira com a Guiana —, e Oiapoque, no Amapá, que faz divisa com a Guiana Francesa. Também há registros de travessias pela fronteira com o Suriname, ainda no território amapaense.
Entre janeiro e março deste ano, o Brasil contabilizou pouco mais de 18 mil pedidos de refúgio. No entanto, apenas 324 foram efetivamente reconhecidos pelo governo federal, além de outros 24 estendidos a familiares dos solicitantes. A maioria das solicitações foi arquivada, indeferida ou extinta, principalmente por falta de comparecimento às entrevistas de elegibilidade, não renovação dos protocolos ou ausência de comunicação sobre viagens.
Apesar do volume de pedidos, muitos cubanos não têm o Brasil como destino final. Parte utiliza o país como rota para alcançar outras nações da região, como o Uruguai e, principalmente, os Estados Unidos. No entanto, o endurecimento das políticas migratórias norte-americanas e as deportações em massa têm levado muitos a rever seus planos e permanecer em território brasileiro.