Seca que atinge a Bahia pode elevar preço de produtos da cesta básica, alerta FAEB




Da Redação

A Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (FAEB) divulgou nota para a imprensa nesta segunda-feira (04) sobre o agravamento da seca no Estado e clamando ajuda para o setor.

Segundo a FAEB, a severa estiagem enfrentada nos últimos meses levou 131 municípios baianos à situação de emergência, e muitos outros com enormes dificuldades devido à escassez de chuvas, já está provocando estragados com grandes impactos na geração de emprego, podendo impactar no aumento de produtos da cesta básica, como leite, café e carne.

A federação alerta para milhares de mortes de cabeças de gado por falta de comida e água, principalmente na grande Região Semiárida, que representa a maior parte do território estadual. Também há grandes perdas na produção de fruticultura e milho, além dos impactos no Oeste baiano, responsável por grande parte do que a Bahia exporta, gerando milhares de empregos diretos e indiretos.

Em números apontados pelo departamento de economia da FAEB, a produção de leite informal diminuiu mais de 50% em todo o estado. A apicultura já tem perda acima de 50%, café 20%, banana 30% e a produção de caju caiu pela metade. O plantio de milho e feijão está totalmente atrasado nas Regiões produtoras, e no Oeste do Estado, têm-se 21% de atraso de plantio e 200 mil hectares de replantio, segundo a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA).

Os municípios com Decreto de Emergência reúnem mais de 371 mil produtores rurais, que estão sendo impactados diretamente, além dos trabalhadores rurais que também precisam do campo para sobreviver, somando uma área total de 10.109.681 hectares.

De acordo com dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), divulgados pela imprensa, este ano a Bahia está dentre os estados do Norte e Nordeste que enfrentam a pior seca desde 1980, sofrendo os efeitos do pior El Niño que se tem notícia.

Diante desse cenário a FAEB defende a união entre o poder público e o setor privado para a adoção das seguintes providências:

a) Ampliar os Programas de aquisição e distribuição de alimentos (milho, trigo, soja, etc.), por intermédio dos Órgãos e Armazéns governamentais;
b) Prorrogação das parcelas de todos os débitos rurais;
c) Abertura de novas linhas de crédito para aquisição de ração e para construção de cisternas, poços tubulares e aquisição de dessalinizadores de água;
d) Ajuda direta dos Governos Federal e Estadual, com o fornecimento de comida, água e demais itens essenciais para as famílias que perderam as lavouras e rebanhos na seca, dentre outras ações cabíveis.
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